Entre homens e livros: a Biblioteca do Itamaraty na gestão do José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), 1902-1912
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Resumo
O artigo apresenta os primeiros resultados de uma investigação desenvolvida no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Patrimônio Bibliográfico e Documental; também é fruto de intenso debate entre os autores. O tema é a Biblioteca Histórica do Itamaraty, instalada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil; e vinculada ao atual Ministério das Relações Exteriores. Para essa espécie, do que chamou Matthew Battles, “Bibiografia de uma Biblioteca”, ao estudar, em 2004, a “Widener Library”, objetivou-se deslindar e problematizar, por meio da pesquisa documental, o contexto de sua criação em 1842. A leitura e análise das fontes revelaram a importância de determinados acervos considerados como fundadores, pela força instrumental que imprimiram aos interesses do próprio Ministério, como fez emergir o recorte cronológico desse trabalho, ou seja, 1902 e 1912. Como um dia disse Gabriel Naudé (1600-1653) uma biblioteca sem organização e sem propósito para formação de sua coleção é um mero ajuntamento de livros. Fiando-se nessa premissa, concluímos que durante o período selecionado para este estudo, graças as formas de gestão engendradas por José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, livros da BHI passaram a ser instrumentos que subsidiariam processos decisórios da chancelaria, além de adquirir uma face associada à uma unidade de informação.
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