Decolonizando os acervos das bibliotecas públicas: formação de coleções de literatura afro-brasileira
Contenido principal del artículo
Resumen
As bibliotecas públicas são espaços sociais e políticos destinados ao atendimento de todos da comunidade, assim elas ancoram-se no discurso inclusivo e democrático do acesso à informação, serviços e produtos. Contudo, há ainda um caminho a ser percorrido em direção a diversidade e a multiculturalidade em seus espaços, a começar pelos acervos. Discutiremos neste texto, a partir da literatura da área da Biblioteconomia e Ciência da Informação, a relação entre as bibliotecas públicas e a formação e o desenvolvimento de coleções, tendo como foco a literatura afro-brasileira. Consideramos o papel social das bibliotecas públicas e de seus profissionais, os bibliotecários, como agentes de mudanças, ressaltando a importância de ambos, com vistas à construção de uma sociedade justa e democrática. Compreendemos que esses profissionais devem conscientizar-se da relevância de formar e desenvolver acervos que propiciem o acesso à leitura de livros de autoras e autores de literatura afro-brasileira, visando tanto o fortalecimento das identidades dos sujeitos quanto do pensamento afrocentrado nas comunidades. Em suma, bibliotecas mais democráticas requerem práticas de decolonização dos acervos por meio de ações e políticas de reparação das coleções.
Descargas
Detalles del artículo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
La cesión de derechos no exclusivos implica también la autorización por parte de los autores para que el trabajo sea alojado en los repositorios institucionales UNLP (Sedici y Memoria Académica) y difundido a través de las bases de datos que los editores consideren apropiadas para su indización, con miras a incrementar la visibilidad de la revista y sus autores.
Citas
Almeida, S. L. (2018). O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento.
Almeida Júnior, O. (1997). Bibliotecas públicas e bibliotecas alternativas. Londrina: Editora UEL.
Althusser, L. (1998). Aparelhos ideológicos de Estado. Rio de Janeiro: Graal.
Amaro, V. (2016). Bibliotecário lança editora temática afro-brasileira. Recuperado de http://biblioo.info/bibliotecario-lanca-editora-voltada-a-tematica-afro-brasileira/
Asante, M. (2009). Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In E. L. Nascimento (Ed.), Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora (pp. 93-127). São Paulo: Selo Negro.
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). Recuperado de https://www.abpn.org.br/
Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, 11, 89-117. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004
Bernardino-Costa, J. & Grosfoguel, R. (2016). Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 15-24. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100002
Brasil. Lei nº 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
Brasil. Lei 12.244, 24 de maio de 2010. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm
Brasil. Lei nº 13.696, de 12 de julho de 2018. Fica instituída a Política Nacional de Leitura e Escrita como estratégia permanente para promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas de acesso público no Brasil. Recuperado de https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/600306209/lei-13696-18
Cardoso, F. (2015). O negro na biblioteca. mediação da informação para construção da identidade negra. Curitiba: CRV.
Ciclo Contínuo (São Paulo). Recuperado de http://ciclocontinuoeditorial.com/
Corrêa, E. (2016). Gestão de estoques de informação: novos termos e novas posturas para um novo contexto. São Paulo: FEBAB.
Dalcastagnè, R. (2014). Por que precisamos de escritoras e escritores negros?. In C. da Silva(Org.), Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (pp. 66-69). Brasília: Fundação Cultural Palmares.
Duarte, E. (2010). Por um conceito de literatura afro-brasileira. Terceira margem, 23, 113-138.
Fernandes, F. (1972). O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difel.
Ferreira, S. A. & Oliveira, D. A. (2017). A biblioteca pública como tema de estudo nos programas de pós-graduação em ciência da informação no Brasil. Informação & sociedade: estudos, 27(3), 173-190. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4783.2017v27n3.35025
Fundação Biblioteca Nacional (FBN). (2010). Biblioteca pública: princípios e diretrizes. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional.
Gomes, N. L. (2012). Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem fronteiras, 12(1), 98-109.
Gonçalves, P. (2019). As relações de poder no discurso dos dispositivos legais e o desenvolvimento das coleções em bibliotecas públicas. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Recuperado de https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/31504
IFLA (International Federation of Library Associations and Institutions). (2009). Comunidades multiculturales: directrices para el servicio bibliotecário. Recuperado de https://repository.ifla.org/handle/123456789/464
IFLA (International Federation of Library Associations and Institutions). (2012). Diretrizes da IFLA para bibliotecas públicas. Brasília/DF: Briquet de Lemos.
Jesus, A., Moraes, I. & Macedo, L. (2018). A importância da inclusão de obras de escritoras negras nos acervos das bibliotecas públicas municipais do estado de São Paulo. In F. C. G. da Silva & G. S. Lima (Org.), Bibliotecári@s Negr@s. ação, pesquisa e atuação política (pp. 319-348). Florianópolis, SC: Associação Catarinense de Bibliotecários.
Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros. Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa
Lima, P. Bernardino, M. & Silva, J. (2018). Contação de história como instrumento de construção da identidade negra: estudo de caso na biblioteca do centro cultural banco do nordeste - Cariri. Revista Folha de Rosto, 4, n. Especial, 50-74.
Literafro. O portal da Literatura Afro-brasileira. Recuperado de http://www.letras.ufmg.br/literafro
Malê (Rio de Janeiro). Recuperado de https://www.editoramale.com.br/
Martins, W. (2002). A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. São Paulo: Ática.
Mazza Edições (Belo Horizonte). Recuperado de https://mazzaedicoes.com.br/
Mignolo, W. (2005). A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber. eurocentrismo e ciências sociais. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO. Recuperado de http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624094657/6_Mignolo.pdf
Milanesi, L. (1986). Ordenar para desordenar. São Paulo: Brasiliense.
Milanesi, L. (2013). Biblioteca Pública: do século XIX para o XXI. Revista USP, 97, 59-70. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i97p59-70
Mota, Ma. N. & Mota, E. G. (2014). Livros para que te quero [...]. In C. da Silva(Org.). Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (pp. 144-159). Brasília: Fundação Cultural Palmares.
Natália, L. (2014). Meu pai não montava a cavalo, nem ia para o campo [...]. In C. da Silva (Org.), Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (pp. 70-80). Brasília: Fundação Cultural Palmares.
Nandyala Editora (Belo Horizonte). Recuperado de https://nandyalalivros.com.br/
Ogum’s Toques Negros (Salvador). Recuperado de https://editoraogums.com/product/coletanea-ogums-toques-negros/
Oliveira, F. (2020). A literatura afro-brasileira de autoria de mulheres nos acervos das bibliotecas públicas do Brasil. Recuperado de https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/39826
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO. Recuperado de http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/
Quilombhoje (São Paulo). Recuperado de https://www.quilombhoje.com.br/site/
Portal GELEDÉS. Recuperado de: https://www.geledes.org.br/
Rasteli, A. (2021). Em busca de um conceito para a mediação cultural em bibliotecas: contribuições conceituais. Em questão, 27(3), 120–140. DOI: https://doi.org/10.19132/1808-5245273.120-140
Revista África e Africanidades. Recuperado de https://africaeafricanidades.com.br/
Revista Afro-Ásia. Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia
Revista Calundu. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistacalundu/index
Revista da ABPN. Recuperado de https://www.abpn.org.br/post/revista-da-abpn
Revista Palmares. Recuperado de https://www.palmares.gov.br/?page_id=6320
Selo Negro (São Paulo). Recuperado de https://www.gruposummus.com.br/editora/selo-negro-edicoes/
Silva, J. L. C. & Silva, R. L. S. (2010). Biblioteca, luta de classes e o posicionamento da Biblioteconomia brasileira: algumas considerações. Em questão, 16(2), 203-217.
Tanus, G. (2017). Africanos e afrodescendentes nas estantes. a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais. Belo Horizonte, FALE/UFMG: Viva Voz.
Tanus, G. (2018). Literafro − o portal da literatura afro-brasileira e sua re-configuração, entrevista com o idealizador do projeto, Prof. Dr. Eduardo de Assis Duarte. Signo, 43(76), 99-102. DOI: https://doi.org/10.17058/signo.v43i76.10598
Tanus, G. & Tanus, G. F. (2018). As bibliotecas públicas e a importância da formação e desenvolvimento dos acervos de literatura afro-brasileira. Recuperado de http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XIX_ENANCIB/xixenancib/paper/view/927
Tanus, G. & Tanus, G. F. (2020). Onde estão os autores e autoras negras? A literatura afro-brasileira nos acervos das bibliotecas públicas brasileiras. Diacrítica, 34(2), 249-263. DOI: https://doi.org/10.21814/diacritica.528
Vergueiro, W. (1988). Bibliotecário e mudança social: por um bibliotecário ao lado do povo. Revista de biblioteconomia, 16(2), 207-215.
Vergueiro, W. (1989). Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis: Associação Paulista de Bibliotecários.
Vergueiro, W. (2017). Desenvolvimento, gerenciamento ou gestão de coleções: uma tarefa cada vez mais necessária. Em J. Mello & J. Almeida (Coord), Gestão de coleções em unidades informacionais (pp. 36-69). Natal: Ed. IFRN.
Walsh, C. (2017). Pedagogías decoloniales. Práticas insurgentes de resistir, (re)existir e (re)vivir. Quito: Editora Abya-Yala.