Palabra Clave (La Plata), octubre 2023 - marzo 2024, vol. 13, núm. 1, e202. ISSN 1853-9912
Universidad Nacional de La Plata
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
Departamento de Bibliotecología

Artículos de temática libre

Interrelações da gestão do conhecimento para a educação universitária: uma revisão bibliográfica

Arielle Lopes de Almeida

Universidade Estadual Paulista / Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Brasil
Ieda Pelógia Martins Damian

Universidade de São Paulo / Universidade Estadual Paulista, Brasil
Cita sugerida: Almeida, A. L. y Damian, I. P. M. (2023). Interrelações da gestão do conhecimento para a educação universitária: uma revisão bibliográfica. Palabra Clave (La Plata), 13(1), e202. https://doi.org/10.24215/18539912e202

Resumo: A universidade, por meio da educação, visa promover a autonomia de seus discentes na construção do conhecimento. Ao conceber-a em um fluxo contínuo de significações e ressignificações do próprio conhecimento na universidade, identifica-se contribuições da gestão do conhecimento, como um facilitador para essa construção e, também, para o compartilhamento. Assim, para compreender como as pesquisas acadêmicas têm contribuído com o tema gestão do conhecimento para o ensino-aprendizagem na educação universitária, este artigo tem por objetivo identificar as interrelações entre os processos de gestão do conhecimento e a educação universitária, por meio de uma revisão bibliográfica. Como resultado se destaca a interdisciplinaridade entre algumas teorias da gestão do conhecimento com a educação e apresenta os principais eixos abrangidos neste estudo.

Palavras-chave: Gestão do conhecimento, Educação universitária, Ensino-aprendizagem, Aprendizagem organizacional, Revisão bibliográfica.

Interrelations of knowledge management for university education: a bibliographic review

Abstract: The university, through education, aims to promote the autonomy of its students in the construction of knowledge. By conceiving it in a continuous flow of meanings and redefinitions of knowledge in the university, contributions of knowledge management are identified as a facilitator for this construction and also for sharing. Thus, in order to understand how academic research has contributed to the subject of knowledge management for teaching-learning in university education, this article aims to identify the interrelationships between knowledge management processes and university education, through a bibliographic literature review. As a result, the interdisciplinarity between some theories of knowledge management and education is highlighted and the main axes addressed in this study are presented.

Keywords: Knowledge management, University education, Teaching-learning, Organizational learning, Bibliographic review.

Interrelaciones de la gestión del conocimiento para la educación universitaria: una revisión bibliográfica

Resumen: La universidad, a través de la educación, pretende promover la autonomía de sus estudiantes en la construcción del conocimiento. Al concebirla en un flujo continuo de significados y resignificaciones del saber, se identifican aportes de la gestión del conocimiento como facilitadores para esa construcción. Así, para comprender cómo la investigación académica ha contribuido al tema de la gestión del conocimiento para la enseñanza-aprendizaje en la formación universitaria, este artículo tiene como objetivo identificar las inter-relaciones entre los procesos de gestión del conocimiento y la formación universitaria, a través de una revisión bibliográfica. Como resultado, se destaca la interdisciplinariedad entre algunas teorías de la gestión del conocimiento y la educación y se presentan los principales ejes abordados en este estudio.

Palabras clave: Gestión del conocimiento, Educación universitaria, Enseñanza-aprendizaje, Aprendizaje organizacional, Revisión bibliográfica.

1. Introdução

Considerada como uma instituição intensiva em conhecimento, a universidade, em um fluxo contínuo de significações e ressignificações, visa promover a formação humana e a autonomia de seus discentes no processo de construção crítica do conhecimento (Anastasiou, 2006; Severino, 2006).

A universidade, para atingir seu objetivo de maneira eficiente, precisa de um corpo docente inserido em um sistema de construção de conhecimento complexo, em que envolve pessoas, realidades e transformações. Portanto, o docente universitário não pode se fechar em si e acreditar em técnicas aplicáveis para todas as circunstâncias, infalivelmente, pois, constantemente, novos conhecimentos podem surgir e passam a contribuir com a formação do discente.

Assim, ressalta a importância de refletir sobre a gestão do conhecimento, entendida como um processo sistemático de busca, seleção, organização, caracterização e apresentação de conhecimento (Santos, Leite & Firarese, 2007).

Apesar de ser amplamente tratada em ambientes empresariais, na educação, a gestão do conhecimento é algo novo (Freitas, 2016), mas se reconhece os aspectos transversais e interdisciplinares de seus estudos (Silva, 2013). Assim, a gestão do conhecimento na universidade reflete, de imediato, na construção de novos conhecimentos, no despertar de interesses, na solução de problemas e na geração de inovações (Freitas, Ferreira & Silva, 2016).

Apesar de pouco explorado, esta pesquisa se justifica pelas importantes contribuições para a universidade, em especial para a formação humana e integral dos discentes com um ambiente favorável para a construção de conhecimento. E também, para estudantes das teorias da gestão do conhecimento, como compreensões acerca do processo de ensino-aprendizagem para efetivação da apropriação do conhecimento.

Para compreender interdisciplinaridades entre o processo de educação universitária e a gestão do conhecimento, este artigo tem por objetivo identificar as interrelações entre os processos de gestão do conhecimento e a educação universitária, presentes em publicações acadêmicas, por meio de uma revisão bibliográfica. Para tanto, este trabalho é composto por uma contextualização da educação universitária e da gestão do conhecimento, para em seguida apresentar a metodologia e realizar a coleta e análise quali-quantitativa dos resumos selecionados para o corpus da pesquisa.

2. Educação universitária

A educação é uma ação intencional, constituída pela prática, técnica e política, a fim de contribuir para integração dos sujeitos (Severino, 2006). Assim, a universidade, com o objetivo de promover a educação, visa a formação humana, a criação, a reflexão e a crítica da autonomia do saber (Anastasiou, 2006).

Ao refletir sobre a educação como uma ação intencional, em uma perspectiva epistemológica, a formação docente se constitui, historicamente, com base na formação para atuação na profissão paralela para a qual se pretende atuar como docente. A ideia é de que quem sabe fazer, sabe ensinar (Cunha, 2004). Melo & Pimenta (2019) evidenciam o rito de passagem de aluno a professor, principalmente, por não haver enfoque na formação pedagógica, dimensão essencial para o trabalho docente. De tal modo, há uma precarização na formação de docente universitário: ao não receber subsídios para o processo educacional, o docente realiza uma prática puramente técnica, repetindo o processo com base na forma em que foi ensinado (Cunha, 2004; Severino, 2003).

Como isso, as funções do docente universitário são descaracterizadas, o que gera uma atuação equivocada e, consequentemente, um aniquilamento de suas atribuições. Nesse sentido, Melo & Pimenta (2019) reforçam a necessidade da elaboração de conhecimentos teóricos e práticos relacionados à docência, compreendida como prática social complexa, que exige o domínio de vários saberes.

Cunha (2007) pondera que existem dois paradigmas na educação que atua concomitantemente: um se refere a proposta pedagógica em que prepondera a reprodução de conhecimento cientificamente acumulado, ou seja, enfoca o conhecimento como pronto, acabado e inquestionável; e o outro que concebe o conhecimento como processo de construção, em que a dúvida e a incerteza são estímulos ao aprendiz, ou seja, foca no conhecimento a partir da localização histórica de sua produção e o entende como provisório e relativo. Deste modo, o primeiro pode induzir a uma pseudoneutralidade, e o segundo a compreender o conhecimento em sua perspectiva epistemológica, seu posicionamento epistemológico e o seu enfoque episte-metodológico.

Aborda-se a perspectiva epistemológica como sendo a teoria geral assumida pelo pesquisador para guiar sua pesquisa, como, por exemplo: marxismo, estruturalismo, existencialismo, humanismo, positivismo etc. Os posicionamentos epistemológicos estão relacionados a coerência das perspectivas epistemológicas em termos de construção da realidade e refletividade epistemológica. Por fim, o enfoque epistemológico se refere ao momento metodológico em que o investigador opta por uma ou outra metodologia de modo a confluir com a posição epistemológica (Tello, 2013).

Ao refletir a importância da metodologia na coerência com a posição epistemologia. Araujo (2017), ao apresentar a etimologia das palavras metá (através), hodós (caminho) e logos (ciência), possibilita a interpretação da metodologia de ensino como a ciência sobre o caminho através do qual se busca uma finalidade educativa. Desta forma, metodologia envolve a totalidade do processo, não se restringindo a aula, ou a sua preparação, mas, sim, envolvendo a prática social com caráter de historicidade, interlocução e participação. Já o método, mesmo sendo menos abrangente, é uma adaptação da metodologia em contextos e práticas educativas particulares e específicas. Nesta concepção, ressalte-se que a metodologia não resulta em uma disposição universal aplicável a todas as circunstâncias. Nem a metodologia, nem os métodos de ensino se constituem em truques ou macetes para dar aula.

Araujo (2017) defende concepções como de sujeito, sociedade e história entrelaçam com as concepções de professor, aluno, ensino-aprendizagem e proporcionam posicionamentos epistemológicos diversificados na construção do conhecimento.

Severo & Pimenta (2020), vinculado ao sentido da aprendizagem não como mera repetição de conteúdos assimilados, propõem a construção de conhecimento no processo de socialização e produção de saberes a partir de repertórios culturalmente relevantes em situações de ensino orientadas para a emancipação social.

Buarque (2003) reforça que os docentes aceitem com audácia o desafio de buscar novas maneiras de conhecer, por mais efêmeras que sejam, pois, o conhecimento está em constante construção e ressiginificação.

Como proposta para superar esta formação de reprodução do conhecimento, é fundamental conceber a construção do conhecimento. Pimenta & Anastasiou (2002) apresentam algumas categorias que podem orientar na construção do conhecimento, entre elas: o estabelecimento de vínculos e nexos do conteúdo com base no conhecimento prévio dos discentes; a problematização na qual se origina o conhecimento; a práxis; a criticidade; a continuidade do conhecimento; a historicidade, etc. As autoras ainda destacam que vários caminhos vêm sendo experimentado nas últimas décadas para o desenvolvimento da profissão docente de forma a promover uma conscientização de seu papel para na transformação da realidade sócio-histórica.

Com isso, demanda do docente uma integração de saberes complementares para enfrentar novos desafios que se apresentam na contemporaneidade. Para contribuir para esse enfrentamento, a seção seguinte se destina a abordagem das teorias da gestão do conhecimento como interdisciplinares para a educação.

3. Gestão do conhecimento

O conhecimento, entendido como o objeto da gestão do conhecimento, é definido como a informação valiosa de origem e aplicada na mente dos conhecedores, elaborada por síntese de experiências, valores e informação contextualizada a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações (Davenport & Prusak, 1998).

Em uma dimensão epistemológica, Nonaka & Takeuchi (1997) defendem a distinção entre o conhecimento tácito e explícito. O conhecimento explícito é aquele articulado em texto e capturado em forma de desenho e/ou escrita. É o conhecimento formal que é fácil de transmitir entre indivíduos e grupos, é frequentemente codificado em fórmulas matemáticas, regras, especificações etc. (Choo, 2003). Já o conhecimento tácito é considerado o mais valioso para a organização, está relacionado aos indivíduos, é o “[...] conhecimento pessoal, que é difícil formalizar ou comunicar aos outros. É constituído do know-how subjetivo, dos insights e intuições que uma pessoa tem depois de estar imersa numa atividade por um longo período de tempo” (Choo, 2003, p. 37). Ao mesmo tempo, tem importante dimensão cognitiva. Consiste em modelos mentais, crenças e perspectivas tão arraigadas que são tidas como algo certo, não sujeitas a fácil manifestação e que exercem profunda influência sobre a maneira como percebemos o mundo ao nosso redor (Nonaka, 2001). Desta maneira, no âmbito do conhecimento tácito, é possível saber mais do que se pode descrever (Polanyi, 2009).

Ressalta-se que, mesmo sendo inerente ao indivíduo, o conhecimento avança exponencialmente quando construído por meio da coletividade. É possível definir a aprendizagem organizacional como uma estratégia para desenvolver atividades de aprendizagem em uma organização, visando não apenas sua sobrevivência, mas, principalmente, a flexibilidade de criar, adquirir, transferir, sendo capaz de modificar seu conhecimento e inovar (Alperstedt, 2001; Garvin, 2001; Senge, 2006).

Senge (2006) concebe cinco disciplinas essenciais para a construção de organizações voltadas à aprendizagem: o domínio pessoal; os modelos mentais; a visão compartilhada; a aprendizagem coletiva; e, o pensamento sistêmico.

Ainda são difíceis de mensurar resultados relativos aos ativos intangíveis, baseados em conhecimento e aprendizagem (Telles & Mozatto, 2022), mas, se tornou o ativo de produção mais importante nas organizações (Gnecco Júnior, 2010), por isso, a importância de uma gestão do conhecimento.

Nesta pesquisa, o enfoque é para conceitos de gestão do conhecimento que podem ser aplicados para a educação universitária, que, em vez de competitividade, visam processos de cooperação. Assim, destacam a definição de Silva & Neves (2004) que apresentam a gestão do conhecimento, como “o conjunto de processos e meios para se criar, utilizar e disseminar conhecimento". E de Valentim (2008), com um conceito abrangente de gestão do conhecimento, definido como:

um conjunto de atividades que visa trabalhar a cultura organizacional/informacional e a comunicação organizacional/ informacional [...], no intuito de propiciar um ambiente positivo em relação à criação/geração, aquisição/apreensão, compartilhamento/socialização e uso/utilização de conhecimento, bem como mapear os fluxos informais (redes) existentes nesses espaços, com o objetivo de formalizá-los, na medida do possível, a fim de transformar o conhecimento gerado pelos indivíduos (tácito) em informação (explícito), de modo a subsidiar a geração de ideias, a solução de problemas e o processo decisório[...] (Valentim, 2008, [n.p.])

Probst, Raub & Romhardt (2002) destacam que a gestão do conhecimento é um processo intencional e direcionado a fim de evitar o acúmulo de conhecimento de maneira desordenada. Para isso, Moresi (2001) destaca que é preciso estabelecer políticas, procedimentos e tecnologias que sejam capazes de coletar, distribuir e utilizar efetivamente o conhecimento, bem como representar fator de mudança no comportamento organizacional.

Porém, cabe destacar que a gestão do conhecimento não é um processo de controle, mas, sim um facilitador da construção e compartilhamento do conhecimento (Barbosa, 2008).

Leite & Costa (2007) destacam a necessidade de considerar as características do ambiente no qual a gestão do conhecimento é implementada. No ambiente acadêmico, além da cultura, os autores supracitados destacam os processos de comunicação científica, a natureza da produção do conhecimento científico e a estrutura e comportamento de comunidades científicas.

Devido à grande abrangência da gestão do conhecimento, Damian & Moro Cabero (2021) salientam a importância de fazer uso dos modelos de gestão do conhecimento voltados a sua implementação, adaptando as características especificas do ambiente onde será aplicado.

Davenport & Prusak (1998) citam que um modelo de gestão do conhecimento deve conter atividades voltadas para: geração de conhecimento de forma consciente e intencional; codificação e coordenação de conhecimento por meio de um mapa do conhecimento e da utilização de modelos e recursos voltados ao conhecimento; a transferência de conhecimento; e utilização, de modo que o conhecimento transferido promova mudanças.

Na formação de docentes, a gestão do conhecimento é algo novo (Freitas, 2016), mas, já se reconhece os aspectos transversais e interdisciplinares de seus estudos (Silva, 2013). Assim, a construção do conhecimento, o compartilhamento, já são objetos de estudo da Educação e da Gestão do conhecimento e, a partir desta interdisciplinaridade, buscou-se identificar os principais estudos que trabalham estas teorias por meio da revisão bibliográfica, descrita na seção seguinte.

4. Metodologia

Embora muitos estudos sejam realizados de maneira isolada, a pesquisa cientifica é um empreendimento comunitário. “Cada estudo depende dos anteriores e apresenta a base para futuros estudos” (Selltiz et al., 1974, p. 52). A revisão de literatura possibilita, assim, ligações entre tema de pesquisa com outras variáveis.

Este artigo visa uma abordagem quanti-qualitativa dos resumos dos trabalhos selecionados na revisão bibliográfica. Com o intuito de conter um rigor científico, esta revisão foi iniciada com o desenvolvimento do projeto e conteve uma descrição detalhada e clara de sete passos recomendados por Atallah & Castro (1998): formulação da pergunta; localização e seleção dos estudos; avaliação crítica dos estudos; coleta de dados; análise e apresentação dos dados; interpretação dos dados; melhora e atualização da revisão (Quadro 1).

Quadro 1
Protocolo para a revisão bibliográfica.
EtapaDescrição
1. Formulação da perguntaComo as pesquisas acadêmicas têm contribuído com o tema gestão do conhecimento para a educação universitária?
2. Localização e seleçãoScopus; WoS; SciELO; e BRAPCI.
3. Avaliação crítica dos estudosCritérios de inclusãoDescritores no título, resumo ou palavras chaves (“knowledge management” OR “gestão do conhecimento” OR “gestión del conocimiento”) AND (Methodology OR metodologia OR Didactics OR Didática OR Didáctica OR teaching OR ensino OR enseñanza OR training OR formação OR capacitación) AND (“higher education” OR “educação superior” OR “educación superior”. Todos os anos anteriores a data da pesquisa. Apesar de não excluir trabalhos por recorte temporal, a pesquisa recuperou publicações de 1992 a março de 2023. O corpus, após seleção, foi composto por trabalhos dos anos de 2007 a 2022.
Critérios de exclusãoArtigos sem acesso ao texto completo, livros, capítulos e outros documentos que não artigos de periódico ou anais de evento Artigos e trabalhos publicados em anais em idiomas que não fossem em inglês, português ou espanhol Artigos que não tratavam da gestão do conhecimento na educação universitária como metodologia ou método para o processo de ensino-aprendizagem. Diante do expressivo resultado, estabeleceu também, como critérios de exclusão: a) trabalhos que focavam no uso de tecnologias e/ou ensino a distância; b) trabalhos que focavam no ensino de conteúdo, habilidades e competências de gestão do conhecimento e não no processo de ensino-aprendizagem.
4. Coleta de dados1.154 resultados com duplicatas. 951 resultados sem duplicatas. 32 resultados selecionados.
5. Análise e apresentação dos dadosNa seção 5 deste trabalho é apresentado dos dados coletados e uma análise com abordagem qualitativa
6. Interpretação dos dados
7. Melhora e atualização da revisãoA avaliação, propostas de melhorias e atualização da revisão são apresentadas na seção 6 desta pesquisa.
Fonte: elaboração própria, baseado em Atallah & Castro (1998).

Na primeira etapa, Atallah & Castro (1998) alertam que questões mal formuladas levam a decisões obscuras sobre o que deve ou não ser incluído na revisão. Com o objetivo de recuperar o máximo de resultados que podem contribuir com o tema, questiona-se: como as pesquisas acadêmicas têm contribuído com o tema gestão do conhecimento para o processo de educação universitária?

Em sequência, na segunda etapa, elegeu-se importantes bases de dados para as áreas de Gestão, Ciência da Informação e/ou Educação como fonte de busca. Assim, para contemplar bases de dados científicas abrangente, em nível nacional e internacional, foram selecionadas a Scopus; a Web of Science (WoS); a Scientific Electronic Library Online (SciELO) (até 2002), pois a partir desta data a coleção está incluída na WoS; e, a Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI).

Na terceira etapa, definiu-se os critérios para determinar a validade dos estudos selecionados. Assim, foi necessário definir as palavras-chave para construir o protocolo de busca e os critérios de inclusão e exclusão dos artigos científicos recuperados. A fim de propiciar maior abrangência, a busca elegeu os termos em inglês, espanhol e português: (“knowledge management” OR “gestão do conhecimento” OR “gestión del conocimiento”) AND (methodology OR metodologia OR didactics OR didática OR didáctica OR teaching OR ensino OR enseñanza OR training OR formação OR capacitación) AND (“higher education” OR “educação superior” OR “educación superior”). Apesar de serem termos abrangentes, a escolha se justifica pela importância de incluir todas as abordagens da gestão do conhecimento relacionadas à educação universitária, no que abrange a construção de conhecimento em seus aspectos práticos e/ou teóricos. Assim, se utilizou os termos ensino e/ou formação para contemplar abordagens epistemológicas, já os termos metodologia e/ou didática para contemplar abordagens metodológicas. Compreendendo que metodologia envolve a totalidade do processo, não se restringindo a aula, ou a sua preparação, mas, sim, a prática social com caráter de historicidade, interlocução e participação (Araujo, 2017).

A busca foi realizada no dia 30 de março de 2023 e recuperou os dados a seguir (Quadro 2).

Quadro 2
Resultados da revisão bibliográfica.
Base de DadosArtigos recuperadosArtigos selecionados
Scopus74926
Web of Science57617
SciELO.org (até 2002)00
BRAPCI342
Total sem duplicatas95132
Fonte: elaboração própria.

Ao eliminar as duplicatas, dos 1.154 resultados, resultou em 951 resultados, dos quais, seguindo os critérios de exclusão apresentados na etapa 3 do protocolo (quadro 1), 32 trabalhos foram avaliados como pertinentes e, portanto, incluídos nesta análise.

Entre os resultados recuperados, identificou cinco revisões sistemáticas que pesquisaram a gestão do conhecimento, porém, a revisões recuperadas tratavam de um recorte de alguma atividade da gestão do conhecimento e/ou relacionada a outras atividades da universidade. Assim, nas bases utilizadas, esta revisão bibliográfica é considerada a pioneira para esta problemática.

5. Resultados e discussão

Conforme descrito na metodologia, foi realizada a coleta de dados por meio da pesquisa dos descritores nas bases de dados selecionadas. Em seguida, os resultados obtidos na pesquisa foram exportados para o software Rayyan,1 onde se realizou a etapa 3, critérios de exclusão (Quadro 2).

Nesta etapa da pesquisa, destaca-se que foram recuperados 951 resultados, mas que priorizavam diferentes áreas da universidade como: alta administração, bibliotecas, editoras etc.

Além disso, alguns trabalhos foram excluídos do corpus desta pesquisa porque priorizavam a criação e uso das tecnologias de informação e comunicação ou o ensino de competências e habilidades de gestão do conhecimento nos discentes, dando menor ou nenhum enfoque na gestão do conhecimento como teoria contribuidora para a educação universitária. Assim, a etapa de avaliação crítica dos estudos possibilitou a seleção de 32 (trinta e duas) publicações para este estudo. Os autores que tiveram maior número de trabalhos selecionados são M. Joy & N. Almujally, com quatro publicações em conjunto ou com mais integrantes. Sendo 14 (quatorze) trabalhos publicados em eventos e 18 (dezoito) em periódicos. O evento com maior número de publicações selecionadas foi European Conference on Knowledge Management, com 4 (quatro) trabalhos. Já o periódico, também com quatro publicações é o VINE Journal of Information and Knowledge Management Systems (Quadro 3).

Quadro 3
Publicações do corpus de pesquisa.
AnoEditorAutores
20078th European Conference on Knowledge ManagementCorreia, A. M. R., Sarmento, A. M. & Neto, M. C.
Concurrent Engineering Research and ApplicationsAgouridas, V. & Race, P.
2008Knowledge Management International ConferenceDahalin, Z. M. & Suebsom, K.
2010Management DecisionEschenbach, S.
2012Multicultural Education and Technology JournalLangthaler, M., Witjes, N. & Slezak, G.
2013International Journal of Learning in Higher EducationCooper, V. A.
2014Revista Interamericana de Bibliotecología (Colombia)Ambriz G. S., Balbuena, J. J. P. & Troncoso, L. L. P.
KybernetesWiltshier, P. & Edwards, M.
20162nd International Conference on Economy, Management, Law and EducationXue, J. X.
7th International Conference on Information and Communication SystemsAl-Rasheed, A. & Berri, J.
20177th International Conference on Social Network, Communication and Education Liu, X. L.
18th European Conference on Knowledge ManagementBengoa, D. et al.
VINE Journal of Information and Knowledge Management SystemsCegarra-Sánchez, J. & Cegarra-Navarro, J. G.
2018Universal Access in the Information SocietyFidalgo-Blanco, A., Sein-Echaluce, M. L. & Garcia-Penalvo, F. J.
20195th International Conference on Information ManagementAlmujally, N.; Joy, M.
5th Information Systems International ConferenceSriratanaviriyakul, N., El-Den, J. & Younus A.
14th European Conference on Innovation and EntrepreneurshipMenkhoff, T. et al.
22nd International Conference on Engineering DesignMäkelä, E., Auvinen, P. & Juuti, T.
202021st European Conference on Knowledge ManagementAlmujally, N. et al.
Khilji, N. et al.
Aula AbiertaLucas, E. F., Rodríguez, M. S. G. & Mayo, I. C.
Higher Education, Skills and WorkIbidunni, A.S. et al.
Intelligent Systems ConferenceAlmujally, N. et al.
VINE Journal of Information and Knowledge Management SystemsCheng, E.C.K.
Neelam, N. et al.
2021Vine Journal of Information and Knowledge Management SystemsMohamed, M. A.
20222022 IEEE Frontiers in Education Conference, FIECaratozzolo, P. et al.
45th Jubilee International Convention on Information, Communication and Electronic TechnologyAlmujally, N. A. et al.
Acta ScientiarumFiorini, D.B. et al.
AtoZ: novas práticas em informação e conhecimentoGuaraldo, T. S. B.
Knowledge Management & E-LearningMenkhoff, T. et al.
KybernetesStanca, L., Dabija, D. C. & Păcurar, E.
Fonte: elaboração própria.

Os títulos, resumo e palavras-chave, dos 32 trabalhos selecionados, foram traduzidos, por meio da ferramenta de tradução do Google tradutor, e formaram o corpus textual desta análise de dados.

Para a análise de dados, o corpus foi inserido no IRaMuTeQ,2 e gerado o relatório de similitude composto por palavras que se repetem 10 vezes ou mais no corpus (Figura 1). O software proporciona a análise por palavras, assim, os descritores ‘gestão do conhecimento” e ‘ensino superior’ foram compostos pelo caracter underline em substituição do espaço para compor uma única palavra.

Figura 1
Análise de similitude do corpus.
Análise de similitude do corpus.
Fonte: elaboração própria, gerado no IRaMuTeQ 0.7 alpha 2.

A figura 1 demonstra as relações teóricas entre gestão do conhecimento e ensino superior, sendo que o conhecimento é o elemento principal desta ligação. Onde se inter-relacionam teorias como aquisição, aprender, tácito, compartilhamento, uso, tecnologia e habilidades.

Assim, esta análise proporciona a reflexão sobre as similitudes da gestão do conhecimento com o ensino superior, destacando os métodos e a reflexão deste ensino, e a aprendizagem com termos que se refere a organização da aprendizagem, aprendizagem baseada em problemas e/ou projetos, aprendizagem ao longo da vida, desenvolvimento e/ou avaliação da aprendizagem.

Apresenta-se, na análise de similitude que o professor e aluno, que são os principais sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, são apresentados como eixos neste processo de conhecimento.

Por fim, pode-se inferir, por meio na análise de similitude, que nesta interdisciplinaridade entre gestão do conhecimento e educação universitária, foram identificados dois eixos de estudos importantes para a promoção de um ambiente positivo de construção e compartilhamento de conhecimento, que são a) as relações com as atividades de ensino e aprendizagem e, b) as relações as pessoas, professor e aluno.

Conclusões

Ao buscar identificar as teorias já explicitadas em publicações acadêmicas sobre processos de gestão do conhecimento relacionados a construção de conhecimento na educação universitária, por meio de uma revisão bibliográfica, foi possível identificar teorias interdisciplinares da gestão do conhecimento e educação, como aquisição, aprendizagem, compartilhamento e uso de conhecimento. Mas, principalmente, identificar os principais eixos de estudos que são as relações entre ensino e aprendizagem e as relações entre professor e aluno. Assim, a gestão do conhecimento pode contribuir com teorias que atuam como facilitadoras do processo de construção de conhecimento e para o compartilhamento de conhecimento entre professores e alunos na educação universitária.

A partir da revisão bibliográfica, pode inferir que a gestão do conhecimento, ainda que embrionária, com poucos estudos, já apresenta contribuições para o ambiente de ensino-aprendizagem da educação universitária. Como as duas áreas possuem teorias que se inter-relacionam ambas podem usufruir destes estudos.

Como limitação desta pesquisa, destaca a dificuldade de acesso ao texto completo de alguns trabalhos recuperados nas bases selecionas, o que se definiu como um critério de exclusão. Apesar do software utilizado identificar os radicais das palavras, a tradução literal e a linguagem do autor também dificultam a unificação de sinônimos.

Para estudos futuros, propõe-se a análise dos resultados obtidos nos trabalhos selecionados para o corpus desta pesquisa, a fim de identificar pontos fortes e/ou pontos fracos nestes estudos e possibilitar uma compreensão do estado da arte neste contexto.

Referências

Alperstedt, C. (2001). Universidades corporativas: discussão e proposta de uma definição. RAC, 5(3). Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/rac/v5n3/v5n3a08.pdf

Anastasiou, L. G. C. (2006). Docência na educação superior. Em D. Ristoff & P. Sevegnani (Org.), Docência na educação superior (pp. 147-171). Brasília: Inep.

Araujo, J. C. S. (2017). Da metodologia ativa à metodologia participativa. Em I. P. A. Veiga (org.), Metodologia participativa e as técnicas de ensino-aprendizagem (pp. 17-54). Curitiba: CRV.

Atallah, A. N. & Castro, A. A. (1998). Revisão sistemática da literatura e metanálise: a melhor forma de evidência para tomada de decisão em saúde e a maneira mais rápida de atualização terapêutica. Em Evidências para melhores decisões clínicas (pp. 20-28). São Paulo: Lemos Editorial.

Barbosa, R. R. (2008). Gestão da informação e do conhecimento: origens, polêmicas e perspectivas. Informação & informação, 13(esp.), 1-25. Recuperado de https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1843

Buarque, C. (2003). A universidade numa encruzilhada. Em A universidade na encruzilhada seminário universidade: por que e como reformar? (pp. 23-65). Brasília: Unesco.

Choo, C. W. (2003). A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Editora SENAC.

Cunha, M. I. (2004). Diferentes olhares sobre as práticas pedagógicas no Ensino Superior: a docência e sua formação. Educação, 54(3), 525-536. Recuperado de http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/397/294

Cunha, M. I. (2007). Pesquisas e qualidade no ensino: aprendizagens e possibilidades na educação superior. Em M. E. A. Engers & M. C. Marosini (Org.), Pedagogia universitária e aprendizagem (pp. 167-177). Porto Alegre: EDIPUCRS.

Damian, I. P M. & Moro Cabero, M. M. (2021). Modelos de gestão do conhecimento voltado às características da memória organizacional. Informação & informação, 26(3), 157-180. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n3p157

Davenport, T. H. & Prusak, L. (1998). Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus.

Freitas, C. C. (2016). A gestão do conhecimento e a formação de professores: desdobramentos do Observatório de Ideias da UEG. Em F. Almeida & A. M. Silva (org.), Gestão da informação, políticas públicas e territórios (pp. 109-122, vol. 1). Porto: Universidade do Porto.

Freitas, C. C., Ferreira, P. M. & Silva, V. R. (2016). Aspectos inovativos do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Transdisciplinaridade e Interdisciplinaridade na Educação e suas contribuições para a formação de professores. Em M. V. R. Suanno & C. C. Freitas, Razão Sensível e complexidade na formação de professores: desafios transdisciplinares. Anápolis: Editora UEG.

Garvin, D. A. (2001). Construção da organização que aprende. Em Harvard Business Review, Gestão do conhecimento: on knowledge management (pp. 50-81). Rio de Janeiro: Campus.

Gnecco Júnior, L. et al. (2010). Gestão do conhecimento: fatores críticos de sucesso. Reuna, 15(1), 47-64. Recuperado de https://revistas.una.br/reuna/article/view/302/422#

Leite, F. C. L. & Costa, S. M. S. (2007). Gestão do conhecimento científico: proposta de um modelo conceitual com base em processos de comunicação científica. Ciência da informação, 36(1), 92-107. Recuperado de http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1189/1359

Melo, G. F. & Pimnta, S. G. (2019). Socialização profissional de docentes na universidade: contribuições teóricas para o debate. Revista Linhas, 20(43), 51-77. http://dx.doi.org/10.5965/1984723820432019051

Moresi, E. A. D. (2001). Gestão da informação e do conhecimento. Em K. Tarapanoff (Org.), Inteligência organizacional e competitiva (pp. 111-142). Brasília: Editora UnB.

Nonaka, I. (2001). A empresa criadora de conhecimento. Em Harvard Business Review, Gestão do conhecimento: on knowledge management (pp. 27-49). Rio de Janeiro: Campus.

Nonaka, I. & Takeuchi, H. (1997). Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus.

Pimenta, S. G. & Anastasiou, L. G. C. (2002). Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez.

Polanyi, M. (2009). The tacit dimension. Chicago: The University of Chicago.

Probst, G., Raub, S. & Romhardt, K. (2002). Gestão do conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman.

Santos, S. A., Leite, N. P. & Ferraresi, A. A. (Org.). (2007). Gestão do conhecimento: institucionalização e práticas nas empresas e instituições (pesquisas e estudos). Maringá, PR: Unicorpore.

Selltiz, C. et al. (1974). Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: EPU.

Senge, P. M. (2006). A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. Rio de Janeiro: Best Seller.

Severino, A. J. (2003). Preparação técnica e formação ético-política dos professores. Em R. L. Barbosa (Org.), Formação de educadores: desafios e perspectivas (pp. 71-89). São Paulo: Editora Unesp.

Severino, A. J. (2006). Fundamentos ético-políticos da educação no Brasil de hoje. Em J. C. F. Lima & L. M. W. Neves (Org.), Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo (pp. 289-320). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

Severo, J. L. R. L. & Pimenta, S. G. (2020). Versões do campo da didática na Base Nacional Comum da Formação Docente no Brasil. Série-Estudos, 25(55), 117-131. https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v0i0.1479

Silva, A. M. (2013). A gestão da informação como área transversal e interdisciplinar: diferentes perspectivas e a importância estratégica da “tipologia informacional”. Goiânia: Senai / Fatesg.

Silva, R. V. & Neves, A. (org.). (2004). Gestão de empresas na era do conhecimento. São Paulo: Serinews Editora.

Telles, M. S. & Mozzatto, A. R. (2022). Facilitar ou dificultar? Caminhos para a gestão do conhecimento. Perspectivas em gestão & conhecimento, 12(1), 20-34. Recuperado de http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/194604

Tello, C. (2013). Apresentação: consolidando o campo da investigação em política educacional. Em C. Tello & M. L. P. Almeida (Org.), Estudos epistemológicos no campo da pesquisa em política educacional (pp. 9-24). São Paulo: Mercado das Letras

Valentim, M. L. P. (2008). Gestão da informação e gestão do conhecimento em ambientes organizacionais: conceitos e compreensões. Tendências da pesquisa brasileira em ciência da informação, 1(1).

Fontes

Agouridas, V. & Race, P. (2007). Enhancing knowledge management in design education through systematic reflection practice. Concurrent engineering research and applications, 15(1), 63-76. https://doi.org/10.1177/1063293X07076267

Almujally, N. & Joy, M. (2019). A Framework for improving the sharing of teaching practices through web 2.0 technology for academic instructors. Em 5th International Conference on Information Management (pp. 124-129), Cambridge. https://doi.org/10.1109/INFOMAN.2019.8714720

Almujally, N. et al. (2020). Designing an artefact for sharing and reusing teaching practices in higher education institutions: an exploratory study. Em Intelligent Systems Conference (pp. 1234-1242). https://doi.org/10.1007/978-3-030-29513-4_89

Almujally, N. et al. (2020). A framework for enhancing the sharing of teaching practices among university instructors. Em 21st European Conference on Knowledge Management (pp. 55-64). https://doi.org/10.34190/EKM.20.219

Almujally, N. A. et al. (2022). To share or not to share? Perceptions of university's faculty members regarding the sharing of their teaching-related knowledge. Em 45th Jubilee International Convention on Information, Communication and Electronic Technology (pp. 1002-1007). https://doi.org/10.23919/MIPRO55190.2022.9803786

Al-Rasheed, A. & Berri, J. (2016). Engineering domain expertise through best practices management: application to the field of education. Em 7th International Conference on Information and Communication Systems (pp. 133-138). https://doi.org/10.1109/IACS.2016.7476099

Ambriz, G. S., Balbuena, J. J. P. & Troncoso, L. L. P. (2014). Redes de conocimiento basadas en la gestión del conocimiento: creación y organización para docencia e investigación universitaria. Revista interamericana de bibliotecología, 37(3), 215-225. Recuperado de http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/83487

Bengoa, D. et al. (2017). Useful methodologies for knowledge transfer in education and in business. Em 18th European Conference on Knowledge Management, 1, 107-114. Recuperado de https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=9k88DwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA107&dq=Useful+methodologies+for+knowledge+transfer+in+education+and+in+business&ots=smyFRb-qFy&sig=72rj76TIB60RtKoMvIQg6yE6tUI#v=onepage&q=Useful%20methodologies%20for%20knowledge%20transfer%20in%20education%20and%20in%20business&f=false

Caratozzolo, P. et al. (2022). Developing skills for industry 4.0: challenges and opportunities in engineering education. Em 2022 IEEE Frontiers in Education Conference, FIE (pp. 1-5). IEEE. https://doi.org/10.1109/FIE56618.2022.9962444

Cegarra-Sánchez, J. & Cegarra-Navarro, J. G. (2017). Making meaning out of noise: a knowledge management core competence for higher education students. VINE Journal of information and knowledge management systems, 47(4), 505-521. https://doi.org/10.1108/VJIKMS-12-2016-0070

Cheng, E. C. K. (2020). Knowledge transfer strategies and practices for higher education institutions. VINE Journal of information and knowledge management systems, 51(2), 288-301. https://doi.org/10.1108/VJIKMS-11-2019-0184

Cooper, V. A. (2013). Creating a community of inquiry in higher education: a practical example and lessons learned. International Journal of learning in higher education, 20(1), 95-107. https://doi.org/10.18848/2327-7955/cgp/v20i01/48684

Correia, A. M. R., Sarmento, A. M. & Neto, M. C. (2007). Learning to manage in knowledge based organizations: the role of portfolios. Em 8th European Conference on Knowledge Management (pp. 800-806). Recuperado de http://hdl.handle.net/10362/4052

Dahalin, Z. M. & Suebsom, K. (2008). Constructing a model for assessing knowledge transfer. Em Knowledge Management International Conference (pp. 184-189). Recuperado de https://core.ac.uk/download/pdf/20573084.pdf

Eschenbach, S. (2010). From inspired teaching to effective knowledge work and back again: a report on Peter Drucker's schoolmistress and what she can teach us about the management and education of knowledge workers. Management decision, 48(4), 475-484. https://doi.org/10.1108/00251741011041292

Fidalgo-Blanco, A., Sein-Echaluce, M. L. & Garcia-Penalvo, F. J. (2018). Ontological Flip Teaching: a Flip Teaching model based on knowledge management. Universal access in the information society, 17(3), 475-489. https://doi.org/10.1007/s10209-017-0556-6

Fiorini, D. B. et al. (2022). Sala de aula invertida com aprendizagem baseada em problemas e orientação por meio de projeto, apoiada pela gestão do conhecimento. Acta scientiarum, 44, 1-13. https://doi.org/10.4025/ACTASCIEDUC.V44I1.53601

Guaraldo, T. S. B. (2022). Metodologias ativas como espaço de gestão do conhecimento: uma experiência no ensino superior em comunicação. AtoZ: novas práticas em informação e conhecimento, 11, 1-13. Recuperado de https://brapci.inf.br/index.php/res/v/170370

Ibidunni, A. S. et al. (2020). Conceptualizing a teacher–student knowledge exchange perspective: exploring the tripartite relationships between SECI theory, LMX theory and HEIs' students' preparedness for the workplace. Higher education, skills and work, 11(2), 330-348. https://doi.org/10.1108/HESWBL-02-2020-0029

Khilji, N. et al. (2020). A Conceptual framework of knowledge sharing for enhanced performance in the heis. Em 21st European Conference on Knowledge Management (pp. 414-424). https://doi.org/10.34190/EKM.20.190

Langthaler, M., Witjes, N. & Slezak, G. (2012). A critical reflection on knowledge hierarchies, language and development. Multicultural education and technology journal, 6(4), 235-247. https://doi.org/10.1108/17504971211279509

Liu, X. L. (2017). Research into knowledge management based young teacher training mechanism at colleges and universities. Em 7th International Conference on Social Network, Communication and Education (pp. 144-148). https://doi.org/10.2991/snce-17.2017.30

Lucas, E. F., Rodríguez, M. S. G. & Mayo, I. C. (2020). Evaluation of knowledge management and satisfaction in future teachers. Aula abierta, 49(1), 75-83. https://doi.org/10.17811/RIFIE.49.1.2020.45-54

Menkhoff, T. et al. (2019). Future-proofing students in higher education with UAV technology: a km case study. Em 14th European Conference on Innovation and Entrepreneurship (pp. 657-666). https://doi.org/10.34190/ECIE.19.077

Menkhoff, T. et al. (2022). Future-proofing students in higher education with unmanned aerial vehicles technology: a knowledge management case study. Knowledge management & e-learning, 14(2), 223-244. https://doi.org/10.34105/j.kmel.2022.14.013

Mäkelä, E., Auvinen, P. & Juuti, T. (2019). The finnish product development teachers´ perceptions of their pedagogical content knowledge in higher education. Em 22nd International Conference on Engineering Design (pp. 609-618). https://doi.org/10.1017/dsi.2019.65

Mohamed, M. A. (2021). Persuasion of tacit knowledge in teaching information technology and information systems. Vine journal of information and knowledge management systems, 51(4), 636-654. https://doi.org/10.1108/VJIKMS-01-2020-0013

Neelam, N. et al. (2020). Organization for economic co-operation and development guidelines for learning organization in higher education and its impact on lifelong learning – evidence from Indian business schools. VINE journal of information and knowledge management systems, 50(4), 569-596. https://doi.org/10.1108/VJIKMS-09-2019-0144

Sriratanaviriyakul, N., El-Den, J. & Younus, A. (2019). Pedagogical discussion cases in higher education: the role of knowledge sharing in students' learning. Em 5th Information Systems International Conference (pp. 215-225). https://doi.org/10.1016/j.procs.2019.11.117

Stanca, L., Dabija, D. C. & Păcurar, E. (2022). Community of practice: converting IT graduate students into specialists via professional knowledge sharing. Kybernetes, 51(2), 557-581. https://doi.org/10.1108/K-10-2020-0711

Wiltshier, P. & Edwards, M. (2014). Managing knowledge transfer partnership for a rural community: the outcomes at Wirksworth, UK. Kybernetes, 43(3), 629-651. https://doi.org/10.1108/K-07-2013-0128

Xue, J. X. (2016). A study on the construction of business english major based on knowledge management. Em 2nd International Conference on Economy, Management, Law and Education (pp. 528-533). https://doi.org/10.2991/emle-16.2017.120

Notas

1 Rayyan é um aplicativo da web (gratuito) desenvolvido pelo QCRI (Qatar Computing Research Institute) que auxilia os autores na etapa de seleção de estudos de revisão bibliográfica. Recuperado de https://www.rayyan.ai/
2 Iramuteq é um software livre distribuído sob os termos da licença GNU GPL (v2). Permite realizar análises estatísticas. É baseado no software R e na linguagem Python. Recuperado de http://www.iramuteq.org

Recepción: 30 Mayo 2023

Aprobación: 15 Agosto 2023

Publicación: 01 Octubre 2023

ediciones_fahce
Ediciones de la FaHCE utiliza Marcalyc Sistema de Marcación, herramienta desarrollada con tecnología XML-JATS4R por Redalyc
Proyecto académico sin fines de lucro desarrollado bajo la iniciativa Open Access